Pensamento do Dia
"O teatro é a poesia que que saiu do livro e se fez
humana"
(Frederico Garcia Lorca)
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
This Side of Paradise: LUME: Dance Theatre Workshop
This Side of Paradise: LUME: Dance Theatre Workshop: The context of the workshop was to share the starting point for This Side of Paradise by exploring the theme of physical manipulation. D...
quinta-feira, 24 de maio de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Paixão de Cristo 2012
O espetáculo “Paixão de Cristo 2012” escrito e dirigido por Anthoni Quagliotto Cruz será apresentado no dia 04 de Abril no Centro de Eventos na Cidade de Mangueirinha e dia 06 de Abril na sexta feira da paixão no Clube CRAC em Capanema ás 20h30min.
Contar a mesma história todos os anos é um grande desafio, ainda mais quando se trata de uma tão conhecida, este ano o espetáculo foi produzido de uma forma totalmente diferente das outras montagens que contará com dança contemporânea coreografada pela professora de dança Bibiana Closs e a iluminação com efeitos visuais produzidos por Gabriel Kafer e Pedro Nizer sob direção de Anthoni Quagliotto Cruz.
Sobre o espetáculo
Elenco: Jaqueline Godoi, Gabriel Ilkiu Alves dos Santos, Johnny Rockembach, Isadora da Rosa, Fernanda Cigolini, Alex Costa, Pamela Schenatto, Taisline de Oliveira, Ana Breier, Leomar Breier, Francisca Streitt, Anthoni Quagliotto Cruz, Rafael Lisi, Aluan Breier, Devanir Schiavo Junior, Dione Demarchi, Mainara Wons, Patricia Welter, Bruno Trevisan, Laura Bieger, Bibiana Closs.
Participação especial: Banda Municipal de Capanema sob regência de Delmo de Carvalho
Participação especial: Miron Gilberto Parabocz
Narração: Julio Rocha
Coreografia: Bibiana Closs
Figurino: Bibiana Closs
Operadora de Som: Gabrielle Franzoi
Iluminação: Gabriel Kaffer, Pedro Nizer, Anthoni Cruz
Adereços: Grupo
Cenário: Anthoni Quagliotto Cruz
Cenotécnica: Grupo
Texto: Anthoni Quagliotto Cruz
Correção de texto: Isadora da Rosa
Assistência de Direção: Isadora da Rosa
Direção Geral: Anthoni Quagliotto Cruz
Apoiadores: Interact Club Capanema Distrito 4640, departamento de Cultura, Secretaria Municipal de Educação, Administração Municipal de Capanema.
Paixão de Cristo: Paixão 2012 em produção
Paixão de Cristo: Paixão 2012 em produção: Paixão de Cristo 2012 “Profecias” O espetáculo “Paixão de Cristo 2012” escrito e dirigido por Anthoni Quagliotto Cruz será apresenta...
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Carta ao Ator D
(Esta carta foi escrita por Eugênio Barba a um dos seus atores em 1967. É publicada frequentemente em livros e revistas, para ilustrar a visão teatral de seu autor e sua atitude para com um "novo ator". Foi publicada pela primeira vez no livro Synspunkter om Kunst - Pontos de vista sobre a arte, Copenhaque:1968).
"Frequentemente me surpreende a ausência de seriedade em seu trabalho. Não é devido à falta de concentração ou de boa vontade. É a expressão de duas atitudes.
Antes de tudo, tem-se a impressão de que suas ações não são ditadas por uma convicção interior ou por uma necessidade que deixa sua marca no exercício, na improvisação, na cena que você executa. Você pode estar concentrado no seu trabalho, não estar se poupando, seus gestos podem, tecnicamente, ser precisos e, no entanto, suas ações continuam sendo vazias. Não acredito no que você está fazendo. O seu corpo só diz uma coisa: obedeço a uma ordem dada de fora. Seus nervos, seu cérebro, sua coluna não estão comprometidos, e, com uma atitude epidérmica, quer me fazer crer que cada ação é vital para você. Você mesmo não percebe a importância do que quer fazer partícipe os espectadores.
Então, como pode esperar que o espectador fique preso por suas ações?
Como você poderia, assim, afirmar e fazer compreender que o teatro é o lugar onde as convenções e os obstáculos sociais devem desaparecer, para deixar lugar a uma comunicação sincera e absoluta? Você neste lugar representa a coletividade, com as humilhações que passou, com seu cinismo que é autodefesa, e seu otimismo, que é a própria irresponsabilidade, com seu sentimento de culpa e sua necessidade de amar, a saudade do paraíso perdido, escondido no passado, na infância, no calor de um ser que lhe fazia esquecer a angústia.
Como você poderia, assim, afirmar e fazer compreender que o teatro é o lugar onde as convenções e os obstáculos sociais devem desaparecer, para deixar lugar a uma comunicação sincera e absoluta? Você neste lugar representa a coletividade, com as humilhações que passou, com seu cinismo que é autodefesa, e seu otimismo, que é a própria irresponsabilidade, com seu sentimento de culpa e sua necessidade de amar, a saudade do paraíso perdido, escondido no passado, na infância, no calor de um ser que lhe fazia esquecer a angústia.
Todas as pessoas presentes nesta sala ficariam sacudidas se você efetuasse, durante a representação, um retorno a estas fontes, a este terreno comum da experiência individual, a esta pátria que se esconde. Este é o laço que o une aos outros, o tesouro sepultado no mais profundo do nosso ser, jamais descoberto, porque é nosso conforto, porque dói ao tocá-lo.
A segunda tendência que vejo em você é o temor de levar em consideração a seriedade deste trabalho: sente uma espécie de necessidade de rir, de distrair-se, de comentar humoristicamente o que você e seus companheiros fazem. É como se quisesse fugir da responsabilidade que sente, inerente à sua profissão, e que consiste em estabelecer uma relação e em assumir a responsabilidade do que revela. Você tem medo da seriedade deste trabalho, da consciência de estar no limite do que é permitido. Tem medo de que tudo aquilo que faz seja sinônimo de fanatismo, de aborrecimento, de isolamento profissional. Porém, num mundo em que os homens que nos rodeiam já não acreditam em mais nada ou pretendem acreditar para ficarem tranqüilos, aquele que se afunda em si mesmo para enfrentar a sua condição, a sua falta de certezas, a sua necessidade de vida espiritual, é tomado por um fanático e por um ingênuo. Num mundo, cuja norma é o enganar, aquele que procura "sua" verdade é tomado por hipócrita.
Deve aceitar que tudo no que você acredita, no que você dá liberdade e forma no seu trabalho, pertence à vida e merece respeito e proteção. Suas ações, na presença da coletividade dos espectadores, devem estar carregadas da mesma força que a chama oculta na tenaz incandescente, ou na voz da sarça ardente. Somente então, suas ações poderão continuar a viver no espírito e na memória do espectador, poderão fermentar conseqüências imprevisíveis.
Enquanto Dullin jazia em seu leito de morte, seu rosto se retorcia assumindo as máscaras dos grandes papéis que viveu: Smerdiakov, Volpone, Ricardo III. Não era só o homem Dullin que morria, mas também o ator e todas as etapas de sua vida.
Se lhe pergunto por que escolheu ser ator, me responderá: para expressar-me e realizar-me. Mas que significa realizar-se? Quem se realiza? O gerente Hansen que vive uma existência respeitável, sem inquietudes, nunca atormentado por estas perguntas que ficam sem respostas? Ou o romântico Gauguim que, depois de romper com as normas sociais, terminou sua existência na miséria e nas privações de uma pobre aldeia polinésia, Noa-Noa, onde acreditava ter encontrado a liberdade perdida? Numa época em que a fé religiosa é considerada como neurose, nos falta a medida para julgar o êxito ou o fracasso de nossa vida.
Sejam quais foram as motivações pessoais que o trouxeram ao teatro, agora que você exerce esta profissão, você deve encontrar um sentido que vá além de sua pessoa, que o confronte socialmente com os outros.
Somente nas catacumbas pode-se preparar uma vida nova. Esse é o lugar de quem, em nossa época, procura um compromisso espiritual se arriscando com as eternas perguntas sem respostas. Isto pressupõe coragem: a maioria das pessoas não tem necessidade de nós. Seu trabalho é uma forma de meditação sobre si mesmo, sobre sua condição humana numa sociedade e sobre os acontecimentos de nosso tempo que tocam o mais profundo de si mesmo.
Cada representação neste teatro precário, que se choca contra o pragmatismo cotidiano, pode ser a última. E você deve considerá-la como tal, como sua possibilidade de reencontrar-se, dirigindo aos outros a prestação de contas de seus atos, seu testamento.
Se o fato de ser ator significa tudo isto para você, então surgirá um outro teatro; uma outra tradição, uma outra técnica. Uma nova relação se estabelecerá entre você e os espectadores que à noite vêm vê-lo, porque necessitam de você."
Teatro: Arquitetura em movimento
Já dizia Gordon Craig: "O teatro é uma arquitetura em movimento".
"existe uma segurança que é resultado da inércia, da entropia e existe uma segurança que é resultado do dinamismo de forças contrárias, das tensões que se confrontam. Existe a segurança de um monte de pedras esparramadas pela terra. E a segurança do montão de pedras que, através de forças opostas, elevam-se para as alturas, convertendo-se, assim, em arquitetura. A arquitetura ajuda-nos a visualizar esta qualidade das oposições, das tensões, que são as pulsões e o coração de tudo que está vivo. Os componentes básicos das catedrais são pedras, cujo peso as destinaria a cair na terra. Imprevisilvemente, estas pedras parecem não ter peso, aéreas, como se tivessem uma espinha dorsal para cima, com uma intensidade, uma voz que canta, se eleva, voa. É este o segredo da arquitetura, mas também da "vida" do ator: a transformação do peso e da inércia, por meio do jogo das oposições, em energia que voa. O teatro, como a arquitetura, é saber descobrir a qualidade das tensões e modelá-las em ações". (Eugenio Barba)
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